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Imagen extraída do artigo Texto replicado abaixo:

“Defensores dos direitos animais lutam pela proibição das corridas de galgos no Brasil

17 de janeiro de 2021 Suzana Camargo

Apesar de ter sido sancionada no ano passado a lei que prevê pena de até 5 anos para maus-tratos contra cães e gatos no Brasil, ainda existe uma prática cruel e bárbara sendo realizada no país: a corrida dos galgos. Muito comum na região Sul, sobretudo no Rio Grande do Sul, a “competição” com os cachorros não sofre qualquer tipo de regulamentação e é realizada, muitas vezes, com apoios de políticos locais.

No ano passado, por exemplo, a prefeitura de Bagé anunciou o investimento de R$ 251 mil na construção de um salão para criadores da raça. Apesar de o prefeito Divaldo Lara ter alegado que a obra era para a “comunidade”, há anos o local abriga uma pista de corridas utilizada aos finais de semanas pelos criadores de galgo.

Já em Uruguaiana, também em 2020, um projeto de lei foi aprovado para transformar a “modalidade” em Patrimônio Histórico e Cultural da cidade, todavia, o prefeito vetou a iniciativa.

Atualmente as corridas de galgos são legalizadas em apenas oito países do mundo. Na América do Sul, graças a uma forte mobilização de organizações de proteção animal, Argentina e Uruguai proibiram as corridas de galgos. Com isso, muitos criadores e apostadores – chamados de galgueiros -, acabaram indo para o Rio Grande do Sul.

Maus-tratos e crueldade

Apesar dos galgueiros afirmarem que os cachorros que participam dessas corridas são bem tratados, sabe-se que nos bastidores esses animais sofrem os mais diversos tipos de crueldade. Pra que se consiga ter os cães mais velozes, muitos são criados e aqueles que não são rápidos o bastante, acabam sendo sacrificados.

De acordo com a The Humane Society, dos Estados Unidos, a maioria dos galgos passam a vida confinados em gaiolas, recebem injeções de anabolizantes e alguns, são até drogados.

Além de toda essa barbárie, durante as corridas muitos cães sofrem fraturas e outros tipos de ferimentos. Alguns são abatidos nas próprias pistas das competições.

Entre 2008 e 2018, foram registradas mais de 15 mil lesões nessas raças de cães nos Estados Unidos.

Associação com o tráfico de drogas e o trabalho infantilNão bastassem as corridas de galgos usarem animais indefesos para proporcionar “diversão” a alguns seres humanos, esse tipo de prática ainda é comumente associada com a venda de drogas ilegais e o uso de trabalho infantil.

Segundo denúncia da Associação Protetora de Plottier (e reproduzida pela ONG Olhar Animal), em 2015, menores foram filmados levantando apostas e entregando drogas em uma corrida de galgos na Argentina, quando o país ainda permitia sua realização.

“Sabemos que as corridas levam, acentuam e agregam o estigma do vício em drogas e dos jogos de azar às comunidades onde se instalam, e levam o prejuízo econômico – o poder público passa a desempenhar o papel de “gerenciador” dos prejuízos dos locais onde se instalam as corridas de cães, desviando-se das sua finalidades. Daí a importância do engajamento de todos os seguimentos e lideranças locais”, afirma a bióloga Juscelita Noetzold, que atua à frente do movimento Galgo Livre BR.

“As corridas de galgos são o cenário onde ocorrem grandes atos de crueldade e maus-tratos para com os animais. As tentativas de proliferação das corridas de cães do Rio Grande do Sul se estendem perigosamente para os demais estados em todo o território nacional evidenciando a necessidade de ações concretas, a começar por um quadro regulamentar específico, cujo objetivo fundamental é o cumprimento da proibição das corridas, evitando não só os maus tratos, os abusos e a crueldade a que esta espécie é submetida, mas de todos os animais que são usados para treiná-los”, denuncia.

Pela proibição no Brasil!

Já existe um projeto de lei, o PL 1441/2019, apresentado em março de 2019, tramitando na Câmara Federal, em Brasília, que pede a proibição das corridas de galgos no Brasil.

Precisamos agora pressionar os deputados a votar logo o PL e acabar de uma vez com todas com essa prática em nosso país.

Você também pode assinar uma petição online pela proibição das corridas de galgos no Brasil. Acesse já aqui e compartilhe!”

Fotos: Kalle Gustafsson/Creative Commons/Flickr (abertura) e demais reprodução The Humane Society USA (Sonia Stratemann/alm Beach County Sheriff’s Office e Jeff Sonksen)

Suzana Camargo

ornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.”