“Words matter, and as our understanding of social justice evolves, our language evolves with it. Just as it would be unacceptable to use racist, homophobic, or ableist language, phrases that trivialize cruelty to animals will vanish as more people begin to appreciate animals for who they are and start “bringing home the bagels” instead of the bacon.” PETA

No programa Ric Mais Notícias da Rádio Jovem Pam na manhã de 18 de dezembro de 2018, foi comentado sobre uma ação da organização internacional People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) pelo fim do uso de expressões com palavras ofensivas aos animais. Uma jornalista do programa havia nos ligado na noite anterior para darmos nossa opinião a respeito desta ação, no que respondemos que expressões que remetem a violência contra animais deveriam ser descartadas e que nós que trabalhamos por eles, não as utilizamos. Que não sabemos o quanto isso evitaria a violência contra eles, mas que as palavras tem força.

No programa, o apresentador Denian Couto ridicularizou a Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (SPAC), basicamente dizendo, por diversas vezes, que ficamos de “mimimi” com este tipo de coisa, ao invés de cuidarmos dos animais e por isso tínhamos as duas vereadoras como Katia Dittrich e Fabiane Rosa nos representando na Câmara de Vereadores de Curitiba. Entramos em contato com o programa, explicando que a ação não era nossa, demos a opinião porque eles pediram e que não temos nenhum vínculo com as duas vereadoras. Pedimos que esclarecessem a informação e que iríamos pessoalmente ao programa caso necessário, pois não foi justo o que fizeram com a SPAC, insistentemente ridicularizando o trabalho da entidade, que faz muito mais do que poderia, trabalhando com muita dificuldade.

Infelizmente no programa de hoje, além de não ter havido explicação sobre o assunto, ainda insistiu em distorcer a ação da PETA e fazer provocações a responsável pela organização, pois estava “nervosinha” e se queria espaço, procura-se outro meio de comunicação. Não esperávamos esta atitude do apresentador do programa, mas que tentasse pelo menos ser justo em seus comentários. Das provocações e ironia, desnecessário e inesperado. Independentemente de sua opinião sobre a ação da PETA pelo fim do uso de expressões ofensivas (não qualquer expressão como “olhos de águia”, “cérebro de elefante” como foi distorcido no programa), como formador de opinião, deveria ter mais cuidado com o que fala.

Em mensagens pelo whats app, expressamos nossa opinião sobre outros tópicos com relação aos animais que mencionou na manhã de hoje, como críticas ao movimento contra agressão do cão morto no Supermercado Carrefour em São Paulo, dizendo que em primeiro lugar está o ser humano. Declarou sim amar cães e gatos, mas que uma criança sempre será mais importante que um animal e que é especista com muito orgulho. Dentre tudo que falou, com uma coisa concordamos, deve haver educação das crianças para que se tornem bons cidadãos.

Deve haver sim educação das crianças e também dos adultos, sensibilização para que aprendam a respeitar o próximo, seja de qual espécie for. Que aprendam a respeitar a natureza, que está sendo degradada pelo especismo humano. E que aprendam a ter compaixão por todos os seres vivos, pois as vidas de todas as espécies tem valor. Que as necessidades, a dores física e mental de animais de outras espécies não são menores do que da nossa espécie. Que os animais da espécie humana possam aprender a ter compaixão e respeito por todos os seres, se não pelo bem do próximo, pela preservação de sua própria espécie.

Gostaríamos de deixar registrada nossa decepção com este episódio e reforçar nossa consideração pela imprensa, que sempre respeitou e apoiou o trabalho da SPAC pelos animais.

Soraya Simon
Voluntária e responsável pela Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba
Vegana e defensora de todos os animais com muito orgulho